Cargos técnico-administrativos na administração indireta
Entenda como a administração indireta se difere da direta, e como um graduado no campo de públicas pode atuar nessa área.
Lucas Aires e Willson Rocha
26/Abr/2020
Dada a extensão das atividades estatais, as competências administrativas governamentais estão divididas entre direta e indireta. A Administração Direta, responsável pelas políticas públicas de caráter essencial do estado, é formada por órgãos públicos ligados ao Poder Executivo, como os ministérios, suas secretarias, coordenadorias e departamentos.
Já na Administração Pública Indireta, fruto da descentralização de competências do governo, é composta por entidades que prestam serviços à população e desempenhar papéis variados nos setores da sociedade. Possuindo personalidade jurídica e atividades que geram receitas, na maior parte das vezes, essas entidades operam utilizando recursos próprios.
Criadas mediante autorização do poder legislativo, estão englobadas pela administração indireta: As Autarquias, Empresas Públicas e Sociedade de economias mistas. Que podem ser representadas, respectivamente, por entidades como INSS, Correios e Petrobrás.
Tratando-se de um campo de atuação bastante amplo e heterogêneo –responsável por 13% do funcionalismo público no Brasil, é, hoje, uma área que absorve um número significativo dos formados em Gestão de políticas públicas.
É importante, para aqueles que desejam ingressar nessa área, conhecer quais são os procedimentos seletivos. Tratando-se de instituições que estão sob controle, mesmo que indireto, do estado, o concurso público é a única forma de ingresso para a ocupação de níveis operacionais e táticos. Entretanto, a ocupação nos níveis de diligência ocorre via nomeação pelo chefe do poder executivo.
Em depoimento, o egresso Walter Bueno, analista júnior na Caixa, elenca como ponto positivos de seu trabalho a flexibilidade de horários, um sindicato atuante, participação nos lucros, benefícios e estabilidade proporcionada pela empresa.
Entretanto, ele enxerga como uma fragilidade subordinação que essas instituições possuem frente ao cenário político. Não raramente as diretrizes da empresa entram em conflito com a política do governo e escândalos de corrupção interferem no clima organizacional.
Também em depoimento, a egressa Amanda Garcia, ex- técnica em planejamento e gestão da Fundap, elencou como ponto positivo na administração indireta a especificidade das funções dessas empresas. Ao ter uma finalidade muito clara, elas proporcionam maior crescimento para o profissional que deseja ingressar nessas instituições.
Saiba mais:
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- Livro: Curso de Direito Administrativo (2012) – Celso Antonio Bandeira de Mello
- Livro: Direito Administrativo (2010) – Maria Sylvia Zanella Di Pietro: