Consultoria no Setor Público.

Conheça mais sobre as consultorias focadas na gestão pública e o perfil de quem deseja trabalhar em tais lugares.

Renan Morgado

12/Dez/2019

Mulher segurando um tablet

Nas últimas décadas, o dinamismo das mudanças constantes no meio econômico e social forçaram as organizações a se adaptarem e a otimizarem seus processos organizacionais, tanto no ambiente privado quanto estatal. O setor público, nos anos 1990, passou por uma reestruturação e modernização pela Lei de Transparência e Lei de Responsabilidade Fiscal, as quais, quando somadas às pressões externas, popular e midiática, provocaram um anseio interno no Estado pela melhoria dos serviços públicos ofertados e na gestão das suas organizações.

Para alcançar esse objetivo, os órgãos estatais que desejam aumentar a sua eficiência na gestão pública podem procurar a visão de agentes externos, a exemplo de consultorias especializadas em gestão pública, ou implementar consultorias internas, por meio de contratações fixas de profissionais ou servidores de carreira especializados.

Algumas consultorias para o setor público.

As empresas atuantes são variadas, desde as grandes corporações de auditoria, como a PWC, KPMG, EY e Deloitte – chamados de Big Four -, empresas internacionais e nacionais de consultoria de gestão como McKinsey, Falconi e Publix, até pequenas e médias organizações de consultoria para o setor público, atuantes em projetos específicos de gestão e políticas públicas, sendo esse o caso da Kenoby, Vetor Brasil e Gove, que agem em pequenos municípios com recursos muitas vezes insuficientes para a contratação de grandes consultorias.

A consultoria interna presta assessoria direta na melhoria das rotinas e fluxos de trabalho, implementação de novas tecnologias, no gerenciamento de pessoas, cumprimento de normativas técnicas e outras iniciativas para a modernização do setor e dos serviços públicos como um todo. A consultoria interna ainda é pouco existente na administração pública, sendo necessária, em grande parte dos casos, a contratação de consultorias externas. No entanto, a contratação dessas consultorias externas deve observar as diretrizes da lei de licitações, o que pode gerar dificuldades para a sua ocorrência em alguns casos, seja em em razão da falta de concorrentes para participar da licitação, seja pela dificuldade em encaixar o serviço dentro dos padrões existentes.

O profissional de consultoria deve gostar de aprender e de acompanhar as últimas tendências de gestão, ou seja, deve ser apto ao aprendizado contínuo e estar dotado de diversas habilidades e competências, tais como comunicação e habilidade interpessoal, para assumir papéis de facilitador, conselheiro e expert no segmento em que atua, para assim possibilitar intervenções diferenciadas a problemas específicos.

No setor público, o profissional precisa buscar constantemente aprendizados e conhecimentos para suprir a carência técnica na gestão pública em diversas especialidades. O desafio é a abrangência, a multidisciplinaridade e as especificidades do Campo de Públicas que, segundo palavras do egresso do curso de Gestão de Políticas Públicas da EACH-USP Rafael Lisboa, “é vasto como um oceano, mas profundo como um pires”.

O interesse nos desenvolvimentos profissional e pessoal são fundamentais, pois o profissional enfrenta diversos desafios face a diferentes demandas que podem surgir e precisa formar uma sólida rede de networking para a troca de experiências, conhecimentos e contatos profissionais. O profissional de consultoria precisa estar tomado de espírito público para alcançar o interesse coletivo por meio da instrumentalização técnica do setor público, de forma eficiência e eficaz, combinação essa que se encontra nos cursos do Campo de Públicas e sua grade curricular multidisciplinar.

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