Carreira: Institutos e Fundações Empresariais
Entenda a experiência de gestores públicos nos Institutos e Fundações Empresariais.
Artur Baptista
31/Out/2019
A partir dos anos 1980, em consonância ao cenário internacional, despontaram no Brasil os chamados institutos e fundações empresariais, isto é, um tipo específico de organização do chamado terceiro setor que tem suas atuações baseadas no investimento social privado aplicado em políticas, programas e projetos voltados à gestão de políticas públicas. Nesse sentido, na atualidade, destacam-se a Fundação Itaú Social, o Instituto Ayrton Senna, a Fundação Brava e o Instituto Votorantim.
Para a egressa de Gestão de Políticas Públicas , Kassia Bobadilla (em entrevista para o projeto GPP em Revista) , os institutos e fundações empresariais têm atuado muito positivamente no contexto nacional contemporâneo, haja vista que ao estabelecerem cátedras junto das melhores universidades do Brasil e do mundo, viabilizam pesquisas e artigos científicos interessantes na área de avaliação de impacto de projetos. Isto ocorre em virtude do fato de que as avaliações requisitadas pelos mantenedores dessas entidades são, em geral, muito robustas já que visam explicitar os impactos e a necessidade da perpetuação das atividades.
Kassia, que também é pós-graduada em Psicossociologia da Juventude e Políticas Públicas e mestrada em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), logo após concluir sua graduação, ingressou no serviço público, mas logo se desligou da gestão municipal de São Paulo em virtude do intenso processo burocrático para rodar projetos ou propor ideias inovadoras. Assim, prestou o Trainee Social e Cultural do Itaú Unibanco, focada sobretudo em ingressar no Instituto Unibanco. Após ser aprovada, permaneceu como trainee durante 6 meses, até ser efetivada no quadro de funcionários responsáveis pelo monitoramento do projeto Jovem de Futuro, atrelado à Secretaria Estadual.
Ainda segundo Bobadilla, as empresas com vertentes sociais têm apresentado uma alta demanda por egressos do setor público, uma vez que esse pessoal detém a expertise necessária à implementação ou fomento de políticas públicas e projetos sociais frente aos processos burocráticos do Estado. Por outro lado, a egressa salienta que o setor de institutos e fundações empresariais, em contrapartida ao setor público, dispõe de uma ampla autonomia financeira o que, portanto, atua favoravelmente à consolidação de políticas públicas e projetos sociais.
Outro exemplo de egresso com notoriedade e boas experiências no setor de institutos e fundações empresariais e o de Thiago Juremeira, graduado desde 2013 em Gestão de Políticas Públicas. Juremeira, empregado há sete anos no Instituto Unibanco, ressalta que o grande mérito deste setor está não apenas em sua autonomia orçamentária, mas também no interesse demonstrado pelas empresas financiadoras dessas propostas em ações coletivas.
Para tanto, o Thiago menciona seu projeto mais recente e que trata da gestão escolar com foco em aprimoramento de resultados. Entretanto, para ele, isto só foi possível graças ao ambiente de trabalho proporcionado pelo Instituto Unibanco, e que tem lhe proporcionado atuar em prol de mais de 3000 escolas distribuídas em 6 estados do país.
Logo, pode-se inferir que os institutos e fundações empresariais representam um ponto estratégico para toda a sociedade civil, haja vista que, junto dos poderes estatais, vêm atuando fortemente para a promoção de políticas públicas sólidas, à medida que, conforme evidenciado pelos exemplos citados anteriormente, tem ampla demanda pela expertise única e característica dos egressos do Campo de Públicas.