Carreira Política.
Conheça mais sobre os benefícios dos cursos do campo de públicas (como administração pública, gestão de políticas públicas, etc) na carreira política.
John Gabriel Gal Riley
16/Out/2019
O economista e cientista político Jopesh Schumpeter, em seu livro “Capitalismo, Socialismo e Democracia”, argumenta que uma democracia dificilmente pode funcionar sem estratos sociais capacitados e adaptados especificamente para a atuação política e suas necessidades técnicas e burocráticas. Esses estratos, por sua vez, devem ser acessíveis para aqueles interessados e capacitados para tal atuação, mas não excessivamente acessíveis de forma que qualquer outsider possa penetrá-los. Não é difícil entender de onde surge essa ideia, visto que a política e seus satélites são compostos de responsabilidades que demandam profundos conhecimentos teóricos e habilidades específicas para uma satisfatória realização. Até recentemente não tínhamos tais estratos presentes em nossa sociedade, mas tal cenário se modificou com o surgimento do Campo de Públicas.
Aprofundando-se especificamente na capacidade dos cursos do Campo de Públicas de contribuir para tal estrato social focado na representação política, é possível traçar profundo e animador panorama. Pode-se dividir, a grosso modo, as qualidades necessárias para uma boa carreira política em dois principais polos: o polo de habilidades teórico-cognitivas, as quais incluem interdisciplinar e racionalmente diagnosticar problemas, planejar seus remédios e prognosticar conjunturas; e o polo de habilidades de influência, as quais incluem conhecer e habilmente utilizar as regras do jogo para fazer valer suas análises e remédios, além de capacidades interpessoais. O primeiro sem o segundo leva a soluções jogadas ao vento, enquanto o segundo sem o primeiro leva a capacidade de influenciar sem de fato entregar valor.
Nesse cenário, inserem-se os cursos do Campo de Públicas, os quais são referentes ao primeiro polo e que oferecem aos seus alunos instrumentalização vinda de diferentes campos, permitindo uma percepção multifacetada e bem amarrada da realidade. Além disso, pelo contínuo contato com históricos de políticas públicas, legislaturas, ações jurídicas e respectivas diferentes análises, o graduando tende a desenvolver expandida prudência relacionada às suas possíveis decisões públicas. Quanto ao segundo polo, esses cursos esclarecem continuamente diversas regras formais – por exemplo, como o regimento interno da câmara federal e do senado federal são usados estrategicamente para tomadas de decisões – e procedimentos informais – como, por exemplo, o processo de formação do chamado gabinete de coalizão e da utilização estratégica da migração partidária -, que constituem a realidade do processo político.
Dessa forma, os egressos do Campo de Públicas que seguem a carreira política possuem maiores chances de incorrerem em políticas públicas efetivas e de conseguirem espaço para atuar no meio político. Ponto de extrema relevância também é que, ao terem conhecimento prévio e uma visão holística em relação aos abusos institucionais feitos em nome da estratégias políticas e das consequências que trazem para a realidade política e para sociedade em seu conjunto, esses egressos estão extremamente capacitados para contribuir para a necessidade de uma reforma política.
22 Out , 2019 às 4:02 pm
Conteúdo super importante para o entendimento e fortalecimento do Campo de Públicas!